07 abril 2010

SI DOLCE TORMENTO

Alma antiga
Rubra de brancos cabelos
O que me pedes?
Que te faça uma cantiga
Com os sonetos mais belos?
Como posso fazer
Se sou a tua Alma?
De tão velha não posso ler
No meu canto em eterna calma?
Não vês que tenho a alma assassinada
Tão expressiva nessa rubra côr
Numa partitura assinada
Pela minha perpétua dor?
Mas eu faço a cantiga...
E canto-a aos sete ventos
Pois a dor é tão antiga
Que a toco nas cordas dos meus tormentos...
Música-Magnificat-Si Dolce El Tormento

13 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Bom dia Doce Amor ,

é lindíssimo .

Bom teres voltado .

Beijo grande,

Maria

A.S. disse...

Se a tua alma gostasse de voar
e dissesse tudo o que vai lá dentro
talvez ela fosse capaz de libertar
o desejo, o prazer, o cantar
para além do frio e do cinzento...


BeijOOO
AL

MEU DOCE AMOR disse...

Lilaz:

Nunca estive fora.Ando sempre por aqui.Nem que seja só para olhar.

Beijinho doce

MEU DOCE AMOR disse...

A.S:

A minha alma gosta e voa
Mas não diz alguma coisa do que lá vai...Porque se dissesse tudo ...libertaria mais uma côr que não colocaste :o NEGRO...o resultado seria mau,penso eu

Beijinho doce

O Árabe disse...

Pena que não consegui ouvir a música. Mas o texto harmoniza-se perfeitamente com a imagem... belo conjunto! :) E respondendo à tua pergunta, creio que a compaixão é a sua própria recompensa... ainda que, por vezes, a ingratidão possa ferir-nos. Boa semana.

Nilson Barcelli disse...

Gostei do poema, muito bom. Da música e da foto, também.
Beijo.

MEU DOCE AMOR disse...

Árabe:

A música está a tocar.

A compaixão é então a sua própria recompensa...

Sim a ingratidão fere e de que maneira.

Boa semana e obrigada pela visita

MEU DOCE AMOR disse...

Nilson Barcelli:

Obrigada pela vista e por teres gostado.

Beijinho doce

poetaeusou . . . disse...

*
“pois a dor é tão antiga “
Recordei,
as palavras da Mulher Dor,
,
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ...
,
in-Florbela Espanca,
,
perpétuas conchinhas,
deixo,
*

MEU DOCE AMOR disse...

Poeta:

"Sem Remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou ...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!"

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

Beijinho doce

GarçaReal disse...

Se voo conseguisses ser...A liberdade do infinito seria a luz do rumo e querer.

Bjgrande do lago

MEU DOCE AMOR disse...

Garça Real:

Mas eu voo...

Beijinho:)))

Eärwen disse...

Se todo tormento produzisse palavras tão bela seria magnífico.
Como sempre palavras fortes, banhadas em um sentimento enorme.
Agradeço tua estada em meu mundo e o carinho para comigo irmã do fogo.
Pérolas incandescentes de luz e paz aqui deixo.

Eärwen