O DOS
CASTELOS
A Europa
jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a
Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe
românticos cabelos
Olhos
gregos, lembrando.
O cotovelo
esquerdo é recuado;
O direito é
em ângulo disposto.
Aquele diz
Itália onde é pousado;
Este diz
Inglaterra onde, afastado,
A mão
sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com
olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente,
futuro do passado.
O rosto com
que fita é Portugal.
«Para
Pessoa, Portugal é o rosto da Europa, aquele que “fita” (o verbo fitar aparece
três vezes neste pequeno poema, como se de uma verdadeira obsessão europeia e
portuguesa se tratasse), o mar ocidental, seu destino, seu futuro (e futura
glória e dor, como sabemos e Pessoa reafirmará)
in - http://www.prof2000.pt/users/secjeste/dlrc/SeucSec/Unid12/Pg002300.htm